19 de janeiro de 2011

Quero (...)

« Eu quero ter medo do novo, de viver o que não conheço. Quero entender ou fingir que entendo. Gosto de surpresas, quero hora marcada para a vida, detesto esperar. Quero dormir quando estiver cansada, passar o final de semana na praia se me der vontade. Quero ter momentos de paz, quero ler, quero silêncio. Quero ser feliz, ver o mar e as estrelas. Gosto de aproveitar o meu tempo e da minha própria companhia. Adoro piadas e quero me rir até doer a barriga. Quero sentir menos culpa, entender que toda a acção tem reacção. Quero saber agir e também a reagir, quero ordem no trabalho e desarrumação no meu quarto.
Não quero sentir tanta saudade, quero cantar mesmo desafinada, quero perdoar a mim e os outros. Quero ser correcta, berrar quando me sentir sufocada e chorar quando estiver triste. Quero ficar em casa às sextas-feiras sem pensar que deveria estar na escola. Quero viver com juízo, quero tocar o coração de alguém. Quero amar e ser amada, respeitar e ser respeitada. Quero carinhos, beijos e abraços. Quero verão, Outono, Inverno e Primavera. 
 
Quero vencer e também aprender a perder. Quero acreditar no amor verdadeiro, em casamento e na fidelidade. Quero aceitar as pessoas, ser responsável por mim mesma, não me quero comparar e nem ser comparada. Quero continuar sem compreender matemática, muito menos anatomia. Quero passar longe da biologia e da química. Quero saber o básico do geral e ir afundo no que eu gosto. Quero a certeza do destino, mesmo que o trajecto mude. Quero ser menos cruel e sentir menos raiva. Quero ser cada vez mais forte, ir cada vez mais longe, quero dar valor à vida e ter valor diante dela. Não quero ser vítima, sou autoritária, teimosa e impulsiva. Quero continuar a ser desastrada, não quero arrumar a cama e nem ter uma vida doméstica. Quero ser maior que os meus sonhos e viver a realidade. »

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